quarta-feira, 21 de maio de 2008

Titanic da terceira idade



Eu e a Frô, inseparáveis que somos, decidimos viajar juntas novamente. Resolvemos desta vez fazer um cruzeiro para Florianópolis. Que chique! Encontraríamos muita gente bonita e muito sossego no meio do oceano...


No dia do embarque, uma catástrofe no porto. Com o caos aéreo brasileiro, a galera optou por passar as férias em navios e, no dia da nossa saída, uma multidão invadiu Santos. Eram 5 navios saindo, uma loucura.Embarcamos meio nervosas e resolvemos ir direto pra piscina, afinal de contas, eu estava mesmo precisando dar um jeito no meu bronzeado palmito. Ah, que vida boa!


Sol, paz.... e a Frô, linda e solteira na época, de olho nos gatinhos da piscina.Ela esperou uma hora. Nada de gatinhos. Duas horas: as vovós começaram a se instalar nas cadeiras vazias. Três horas: chegou uma turma de formandos da oitava série. Cinco horas depois: começava a festa da partida do navio e nenhum gatinho tinha dado as caras. Só tinham famílias, com pai, mãe, muitas crianças e, em especial, velhinhos.


Recebi a programação do navio e realmente notei eventos estranhos. Chá dos netinhos, bordado em toalhas, dobradura de guardanapos. Tadinha da Frô, mais uma viagem que fazíamos e nada de homens interessantes. Bem, a gente nunca precisou disso mesmo...Tocou meu celular, era meu belo namorado, preocupado comigo sozinha no barco. Eu descrevi os meus colegas de bordo e ele provavelmente não acredita até agora. Mas era a mais pura verdade. Saaaais!!!

Titanic da terceira idade – parte 2




Se bem que quando estávamos entrando no navio, encontramos a Camila, amiga da Frô que, por acaso, estava trabalhando lá. Estava ela e um moço loiro bonito, o inglesinho Tom. Eles faziam parte do grupo de bailarinos e cantores que nos entreteriam por várias noites no teatro. E a anteninha da Frô logo se ligou no belo garoto.É claro que naquela noite fomos avaliar o espetáculo. E lá estava Tom, com outros 5 moços, cantando afinadíssimo e requebrando loucamente no palco.
- Frô, eu acho que ele rebola muito. Rebola demais pro meu gosto.
Meu irmão e guarda-costas Rodrigo logo diagnosticou:
- Não gosto de ser preconceituoso, mas nunca vi tanto gay junto.
Frô protestou:- Sais minerais, eles são mais divas do que eu!!!
Fomos logo dormir.

No dia seguinte, levantamos e fomos à piscina. Lá estava rolando uma brincadeira de “beija-sapo” com os recreadores do navio. Os participantes da brincadeira eram os adolescentes, os formandos daquela oitava série. O “desejado” era um branquelo franzino de uns 13 anos. Quando o “apresentador” da brincadeira perguntou quem queria ganhar um beijo dele, eu logo apontei pra Frô. Que micoooo! E ela fez o maior sucesso! Quase beijou o sapo.


Bem, aproveitamos muito as belas praias e as excelentes acomodações no meio do oceano. Foi um passeio fantástico. Antes de irmos embora, fechamos a conta mais cedo para não pegarmos fila. Aí, no jantar, não tínhamos mais o cartão do navio para pedir bebidas. O Rodrigo não conseguia engolir sem empurrar a comida com alguma coisa. Ele esperou a senhora da mesa ao lado levantar e surrupiou sua água tônica. A falta de classe foi registrada pela máquina fotográfica atenta da Frô. Que vergooonha!!Ainda nesta noite, fizemos uma grande descoberta: o mascote do navio, que julgávamos ser um abacaxi, era, na verdade um coqueiro. É mesmo, né, deve ser por isso que ele se chamava Palm, de palmeira... Lerdinhas unidas!! Saaaais mineraaais!

A sete chaves



Lembrei-me de um king kongue que poucas pessoas já pagaram na vida. Trabalho em uma empresa com poucos funcionários e o meu chefe (o big boss) sempre fica até mais tarde, então é comum que as secretárias avisem a gente quando ele permanece na empresa além do horário.
Um certo dia, tive uns problemas de fechamento de matérias e edições da revista da empresa e estava super entretida. Nem percebi que todo mundo já tinha ido embora... Eram quase nove horas da noite quando, depois de acabar a minha tarefa, decidi ir embora. Lembrei-me das palavras do meu diretor de Eventos:
-Frô, por favor, feche a porta e verifique se todas as luzes estão apagadas!
E lá fui eu... olhei por debaixo da porta e não vi nenhuma luz acesa. Calmamente desliguei o meu computador (que por acaso era o servidor da internet), fechei a porta principal, a de vidro e coloquei o cadeado por fora. Desci pelo elevador social e tomei meu rumo para casa.
No dia seguinte, quando cheguei à empresa, todo mundo estava me olhando com cara de poucos amigos. O diretor de Eventos me chama em sua sala...
-Oi Frô, tudo bem?
-Tudo!
-Fez direitinho como eu mandei ontem?
-Fiz sim, senhor Luiz. Não deixei nenhuma luz acesa e tranquei todas as portas....
Ele engasga, como se estivesse segurando o riso. Percebendo, continuo:
-Por quê? Aconteceu alguma coisa?
Senti que ele queria me dar uma bronca ou falar alguma coisa e não sabia como...
-Sim, sim...você realmente fechou muito bem a empresa. Mas assim, foi tão TÃO BEM, que inclusive TRANCOU O PRESIDENTE aqui dentro!
Ouço alguém derrubar alguma coisa do lado de fora da sala...Eu tinha certeza de que estavam ouvindo atrás da porta! Tento com todas as forças segurar o riso que começa a tomar conta de mim de uma forma incontrolável...
-Sérioooo? Eu tranquei o presidenteeeee? Mas ninguém me avisou que ele estava aquiii!!! Ai meu Deussss!
Meu diretor não consegue se conter e começa a rir, mas abaixa a cabeça para que eu não perceba...
-Veja bem, menina, isso não pode acontecer!
Mas eu já não ouvia mais nada!
-Que vergonha!!!!
Imaginem só o presidente da empresa vê que sua internet não está mais funcionando. Então ele sai de sua sala e percebe que o escritório inteiro está às escuras. Caminha um pouco e percebe que foi trancado! “Ainda bem que tenho a chave” – pensa ele... Sim...ele tem a chave da porta principal, da de vidro e a do cadeado...maaaaaas um detalhe escapa: o cadeado está do lado de fora da porta e não há nenhuma abertura para ele conseguir destrancar estando dentro da empresa!
Então ele precisa ligar para alguém vir socorrê-lo...tenta uma, duas, três vezes. Chama pelo gerente administrativo, liga para a esposa...céuss!!!!
Sou interrompida nessa minha viagem pelo barulho da porta abrido:
-Com licença, senhor Luiz, mas o senhor Rodolfo já está indo embora...
Eu levanto apressada...
-Senhor Rodolfo! Perdão...fui eu quem trancou o senhor ontem!!
-Ah, então foi você! Você que é a carcereira!
Ufa... pelo bom humor dele, meu emprego não estava em risco. Saaais Mineraaaais!

Mistério na garagem



Ontem, fiquei sabendo de uma história incrível, que tinha, obrigatoriamente, de fazer parte deste blog. Acontece que meu primo Pedro, que, inclusive, já teve um rápido namorico com a Frô, revelou-me um segredo sensacional.

Há alguns anos, quando lançaram o carro Brava, da Fiat, meu tio, engenheiro de sucesso, recebeu um exemplar zero quilômetro da empresa em que trabalhava, na época, para seu uso diário. Após duas semanas com o carro, num sábado, meu tio e sua esposa foram a uma ótica e, na saída, observaram que o veículo estava batido na frente e na lateral esquerda. Não haviam notado o fato antes de saírem de casa, mas até consideraram a possibilidade do Pedro, na época com uns 18 anos, ter aprontado alguma:

- Não, mamãe, juro por Deus, não tenho nada a ver com isso – afirmou o moleque.

O mistério ficou no ar. Acionaram o seguro e mandaram o Brava para a perícia. Um exame minucioso revelou que o estrago fora provocado por dois choques diferentes.

- Acho que deve ter sido alguém com algum carrinho de papelão ou coisa parecida – tentou explicar minha tia.
- Poxa, mas então o carrinho devia estar muuuito cheio – completou meu tio.

Como foram duas batidas, o seguro cobrou duas franquias. E ninguém entendeu o que tinha acontecido.

Passados alguns anos, o Pedro, que ama carros e é vidrado em tunnig, bateu seu Mitsubish Rounsbrouns Supersônico (não entendo nada de carro), sem seguro numa mulher doida e criou o maior caso. Como o assunto “carro” voltou à agenda familiar, ele revelou o segredo, já antigo:

- Mamãe, lembra aquela vez do Brava amassado? Então, eu levantei de madrugada, chamei todos os meus amigos do prédio e a gente foi dar uma volta. Bati em dois carros diferentes. Voltei pra casa, coloquei o carro na vaga e fiquei de boca fechada até hoje.

Minha tia chorou, reclamou da surpresa e do comportamento do menino, agora já perto dos 30 anos. Mas eu achei meu primo um verdadeiro mestre do mistério. Agora só adianta gargalhar!! Saaaais mineraissss!!